Ancelotti talvez saiba disso e honrou o descontrole, especialmente nas posições de Estevão e Luis Henrique. Os dois correram como bem quiseram pelo campo e, por causa da ousadia, reorganizaram o time, que foi convidado a bailar no ritmo deles. Foi como estar de volta às suas infâncias – nas palavras de Luiz Henrique, que disse ter sido, por uma noite outra vez, aquele menino que jogava bola no Vale do Carangola. O atleta, formado em Xerém e que conquistou a América com o Botafogo, soube compreender o que tinha acontecido na partida.
Enquanto o sistema defensivo atua para recuperar a bola – e aí todos são exigidos na tarefa -, o sistema ofensivo, que começa a operar quando a bola é recuperada, convida alguns jogadores ao descontrole. Estevão e Luiz Henrique correram o campo inteiro e Luiz Henrique, com trinta minutos em campo, fez o que há anos não víamos nessa seleção. Faz sentido que um gringo chegue aqui e diga: soltem-se. Brinquem. Divirtam-se. Respeitem a cultura de vocês. Respeitem o coletivo. Pois é desse arrebatamento que virá a nova liga com a torcida.
A CBF deveria baixar os preços dos ingressos, abrir os treinos, traçar uma estratégia para que a seleção volte a ser paixão nacional. A camisa amarela e o time que a veste perderam contato com o povo e recuperá-lo exigiria mais do que campanhas publicitárias e hashtags. Passa por devolver o futebol às suas raízes populares – e Ancelotti começou bem nesse sentido. E passa por um time que respeite nossa cintura e nossa criatividade. O jogo era fácil demais, o Chile é a pior seleção do continente. Precisaremos de mais confrontos para entender o que Ancelotti vai fazer com esse time. E agora dependemos de amistosos até a Copa, já que a próxima partida das eliminatórias pode ser descartada. A quatro mil metros do mar não temos como compreender coisa alguma a não ser o estado de saúde dos pulmões de quem lá estiver.
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