O fato: André Luiz dos Santos, um torcedor do Athletico, foi a Volta Redonda ver o Furacão jogar pela Segundona. Com a esposa, em passagens, transalado e estadia, gastou R$ 7 mil. Apenas para lembrar, o Athletico ganhava de 2 a 0 até o intervalo e, em 30 minutos, tomou 3 gols e perdeu por 3 a 2. Como André, há milhares de atleticanos que fazem sacrifícios pessoais para ver o Athletico jogar.
No avião de retorno a Curitiba, André encontrou aqueles (jogadores, comissão técnica e cartolas) que haviam submetido o Athletico a uma das maiores humilhações da sua história.
A trepidante repórter Monique Vilela gravou e o UmDois reproduziu. Se não viu, veja. Como qualquer apaixonado pelo clube do coração, André apenas desabafou os sentimentos reprimidos pela agressão a um dos valores relevantes da sua vida e de todos os atleticanos, o Athletico. No caso, os palavrões não têm caráter ofensivo, são virgulas e pontos da manifestação de um apaixonado pelo Furacão. Expressar sentimentos não é ofensa.
O que fez Mario Celso Petraglia?
Com uma canetada, violando uma das garantias, que é o direito à ampla defesa que deve ser respeitado em sua integralidade, suspendeu os direitos de sócio de André por tempo indeterminado.
O ato constitui prova absoluta e definitiva do regime totalitário que Petraglia implantou no Athletico. Não tem limites. No caso, supera-se. É a hipótese de uma ditadura inusitada, pois amplia a sua jurisdição para controlar a manifestação da torcida. Agora, não se limitando apenas à Baixada, é exercido fora dela, por atos praticados dentro de um avião, ainda em solo carioca.
O mais grave do ato, talvez, só esse pobre analista, já no “canto do cisne”, percebeu: a suspensão é por tempo indeterminado, não tendo data para terminar. A suspensão pode terminar amanhã, mas pode ser eternizada. Há um significado nesse prazo do tempo indeterminado: Petraglia põe uma faca no peito de André e de todos os sócios do Athletico. Maneja-a de acordo com a reação dos torcedores.
Quer dizer: Petraglia que já é “dono” da Arena da Baixada, do CT do Caju, do caixa de dinheiro, dos jogadores, passou a ser, também, o “dono do tempo” no Athletico.
É uma das versões puras do fundamentalismo moderno. Está na hora dos atleticanos se reunirem para recuperar o Furacão e o atleticanismo. E, para isso, independe de resultado no campo. O caso André deve se tornar o simbolo desse movimento.
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