Vamos ver se a gente consegue entender. O mesmo time que eliminou o São Paulo, pela Copa do Brasil, não consegue vencer adversários técnica e historicamente inferiores ao gigante paulista. Alguma coisa, ou muita coisa, está errada dentro do Club Athletico Paranaense.
E não é de agora, pois, nas últimas três temporadas, o Furacão vem deixando a desejar e sofrendo eliminações em plena Arena da Baixada. O ponto culminante da grave crise do futebol atleticano foi o rebaixamento para a Série B.
No inicio deste ano esperava-se uma reforma inteligente no departamento de futebol e um planejamento adequado para atender as carências técnicas do elenco. Mas o que se observa é a preocupante dificuldade que o presidente Mario Celso Petraglia e seus auxiliares encontram para oferecer ao público pagante uma comissão técnica e um grupo de jogadores a altura das tradições e dos anseios do centenário clube.
Com uma trajetória que beira o ridículo na competição e, há sete partidas sem conseguir ganhar, a multidão atleticana se revoltou contra a péssima campanha do time na Série B.
Os protestos foram tão intensos após o gol de empate do Cuiabá, aos 48 minutos do segundo tempo, que o árbitro achou melhor encerrar a partida e mandar apagar as luzes da Arena da Baixada.
Tempo de sofrimento para os torcedores, crucificados entre a humilhação e a revolta neste novo ano aziago. O resultado está expresso no borderô, o qual apontou o pior público registrado neste ano.
Sinal de que a maioria cansou, se afastou e está apenas aguardando as providências para que o panorama possa mudar.
No jogo até que o time de Odair Hellmann, o menos culpado pela campanha caótica que se desenvolve, criou maior número de situações para marcar o gol, mas com finalizações pífias e sem grande perigo para a meta adversária. Sinal de que por mais que se mexa e remexa na escalação, o treinador simplesmente não consegue extrair muito deste elenco mal formado, com jogadores sem identificação com o clube e muito menos com o sentimento do torcedor.
Parece uma legião estrangeira que se reporta mais aos seus agentes ou empresários do que ao vice-presidente ou o diretor de futebol que, por incrível que pareça, não existem no Athletico dos últimos tempos.
Ainda assim, em bola rebatida na grande área, o atacante Renan Peixoto conseguiu assinalar o gol salvador aos 46 minutos do segundo tempo. Desafogo geral, no gramado e na arquibancada. Mas a zaga atleticana conseguiu falhar de novo, cedendo o empate dois minutos depois. Isso sem falar na penalidade máxima pessimamente cobrada por Mendoza.
Dirigentes, técnico e jogadores não escaparam da revolta da torcida, sob a forma de vaias e objetos atirados contra o campo. E não se pode nem dizer que a torcida foi exigente demais.
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