“Acabou o diálogo com essa diretoria”. Foi esse o recado da torcida organizada, Os Fanáticos, para a atual gestão do Athletico nesta terça-feira (23).
A irritação foi declarada após a suspensão dos torcedores que protestaram contra os jogadores no avião que levou a delegação rubro-negra para Curitiba no último domingo (20), após a derrota, de virada, para o Volta Redonda.
André Luiz dos Santos e Bruna Azevedo, esposa de André, foram suspensos por tempo indeterminado pela Câmara de Ética e Disciplina do clube. O Furacão alegou que o casal ofendeu e ameaçou o segurança do clube e também os demais passageiros do avião. Com isso, os dois estão proibidos de acessar dependências do Furacão, como a Arena da Baixada. Eles foram notificados antes do tropeço diante da Ferroviária.
As suspensões provocaram a ira da principal organizada rubro-negra. “Voltamos ao tempo da ditadura? Pelo menos dentro do Club Athletico Paranaense, tudo indica que sim”, diz o início da manifestação da Fanáticos.
A torcida classificou o registro do protesto dos torcedores no avião como “um vídeo que lavou a alma da maioria esmagadora da torcida rubro-negra”. Além disso, afirma que, desde o rebaixamento no centenário, diversas cobranças foram feitas e a resposta da administração foi uma série de perseguições contra sócios, membros e diretores de torcida.
“Uma postura autoritária da diretoria que só escancara o desprezo pelo torcedor que pensa diferente”, aponta.
“Diante de tudo isso, e principalmente dos últimos acontecimentos, queremos deixar claro a todo o POVO ATLETICANO: a fase do diálogo com essa diretoria acabou. Qualquer conversa daqui pra frente só fará sentido com TODO torcedor envolvido. Esperamos que todo e qualquer protesto, manifestação ou mobilização tenha a união real da torcida. Não dá mais para lutar sozinho, enquanto outros se escondem atrás de teclados. O Furacão sempre foi resistência”, completa a nota oficial da Fanáticos.
Torcedor suspenso nega ameaça e questiona Petraglia
Em conversa com o UmDois Esportes, André Luiz dos Santos negou qualquer tipo de ameaça durante os protestos no avião e na chegada ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
“A gente recebe isso aí com um absurdo, ainda mais o que colocaram contra nós. Colocaram ameaça, como se tivesse ameaçando as pessoas. Não houve ameaça, acho que no vídeo tá bem claro que ninguém ameaçou ninguém”, disse.
Como o Athletico justificou que os torcedores foram suspensos por xingamentos, André Santos questionou o motivo da mesma Câmara de Ética e Disciplina não punir o presidente Mario Celso Petraglia.
No final de janeiro, Petraglia rebateu xingamentos e insultou os torcedores com gestos obscenos em um dos camarotes da Arena da Baixada. No camarote, sorridente, o presidente do Athletico respondeu torcedores com o dedo do meio e fazendo outro gesto obsceno em direção ao estádio inteiro.
“Falamos com alguns palavrões, mas o Petraglia também fala e se o Petraglia, a princípio, falou, estava liberado para mim. Se o Petraglia pode, por que eu não posso? Eu não sei se tem alguma coisa no estatuto que define que o presidente pode xingar os associados, e os associados não podem usar uma palavra de baixo calão numa discussão. Discussão não, cobrança, porque os jogadores sequer olharam”, destacou o torcedor do Athletico.
“Quem sabe vamos entrar com ação contra o Petraglia pelos palavrões que fez contra nós. Será que o Petraglia vai ser punido? O Conselho de Ética olhou o Petraglia nos xingando e mostrando o dedo para a torcida. Vai punir ele? Fez isso dentro do estádio, xingou uma torcida inteira, vários sócios e nada aconteceu com ele. Por que comigo aconteceu por simplesmente cobrar um jogador?”, indagou André Luiz.
A reportagem do UmDois Esportes questionou o Athletico, via assessoria de imprensa, sobre o protesto do torcedor, mas não obteve uma resposta.
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