Sabemos também que você não foi ensinado a compreender certas coisas, porque desde cedo teve que aprender a sustentar sua família. Como muitos de nós. Primeiro vem o dinheiro, depois vem qualquer outra coisa na vida. E não, não estamos passando pano para você só porque você é preto, não teve instrução ou qualquer coisa do tipo. Estamos sendo realistas.
O preconceito, seja machismo, homofobia ou racismo, você aprende antes mesmo de falar. Você aprende que tal brinquedo não é pra você, você aprende que precisa usar vestidinho ou falar grosso, você aprende que aquela pessoa com o tom de pele mais escura pode ser bandida e precisa tomar cuidado. Tudo isso nós aprendemos na infância, antes mesmo de completarmos uma frase.
Vitor, você não é um moleque. Você tem 20 anos, você tem capacidade cognitiva para entender o que é certo e o que é errado. Nós acreditamos nisso. E acreditamos que você entendeu o recado da diretoria do Palmeiras quando pediu para que você apagasse a última foto do carrossel que postou no Instagram. Porque você, mesmo sem imaginar, incitou violência contra muita gente. Um tigre comendo a cabeça de um veado dá moral para outros homens saírem por aí matando outras pessoas.
Se esse texto chegar em você, que entenda: você instigou, mesmo que sem querer, uma tragédia, seja esta pessoal ou coletiva. Mesmo que você tenha apagado minutos depois, a internet não é escrita a lápis. Como dizem: o print é eterno, meu parceiro.
Ficamos felizes quando, finalmente, você foi contratado. Abraçamos você. Esperamos você se adaptar e não julgamos. E vamos te defender se você for atacado só porque é um homem preto com todas as nossas forças. Porque não suportamos nenhuma forma de preconceito. Mas também não vamos suportar vacilo. Homofobia é crime, não é frescura. O que você postou ontem pode prejudicar o Palmeiras, que um dia já sofreu preconceito. Tanto preconceito que precisou mudar de nome. Um dia nosso nome era Palestra Itália. O preconceito nos fez mudar para Palmeiras.
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