Os jogadores são os mesmos dos tempos de Tite, Fernando Diniz, Dorival Junior e outros de passado recente com tropeços mil, com lembranças tristes, mas a responsabilidade profissional é a mesma e o peso da tradição da camisa amarela também são os mesmos.
O que mudou com o técnico Carlo Ancelotti foi o comportamento dos jogadores que se mostraram mais ligados na partida com o Paraguai, em São Paulo, que garantiu a classificação para a próxima Copa do Mundo.
Como o Brasil é o único país que participou de todos os mundiais, desde 1930, ganhando cinco e sendo vice em dois, os atuais jogadores nada mais fizeram do que cumprir com suas obrigações.
Mas, para que isso acontecesse, foi preciso a CBF importar o prestigiadíssimo treinador italiano e Ancelotti conseguiu imprimir atitude e personalidade a seleção brasileira.
Convenhamos que não é pouca coisa para um grupo que sofreu a humilhação da goleada, recentemente, para os argentinos dentro desta mesma eliminatória da Copa do Mundo.
Cria do Coritiba, Matheus Cunha se destaca em vitória da seleção
O garoto projetado nas categorias de base do Coritiba, Matheus Cunha, contribuiu muito para que o selecionado dominasse amplamente o primeiro tempo, contando também com boas atuações do zagueiro Alex, do ex-atleticano Bruno Guimarães e, sobretudo, dos supercraques Vinicius Junior e Raphinha.
Inicio de trabalho satisfatório, empolgação da torcida e agora um ano inteiro de observações e preparações para tentar a conquista do sonhado hexacampeonato nos Estados Unido, México e Canadá.
Já poderíamos ter o sexto título na galeria, não fossem os descuidos nas copas de 1982 – com uma inexplicável virada da Itália -, 1998 – com o surpreendente surto de Ronaldo na véspera da final com a França -, 2006 – com a indisciplina generalizada e a inaceitável eliminação para os veteranos da França – e 2014 – com o absurdo papelão dos 7 a 1 da Alemanha, no Mineirão.
Tecnicamente a seleção brasileira reúne bons jogadores e com Ancelotti certamente ganhará contornos táticos e estratégicos de jogo mais sólidos, com novas alternativas e melhor aproveitamento dos principais jogadores, tanto os mais experientes quanto os jovens que estão surgindo.
Tudo somado, tudo multiplicado, chego à conclusão de que mudou o astral e podemos, novamente, esfregar as mãos, preparar as bebidas e as azeitonas para mais uma Copa do Mundo com chances de sucesso canarinho.
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