O julgamento entre Álex Palou e a McLaren continua rendendo manchetes tão surpreendentes quanto reveladoras. Em sua declaração ao tribunal comercial do Reino Unido, o bicampeão da IndyCar usou Fernando Alonso como exemplo para se defender da reivindicação da equipe britânica de mais de US$ 20 milhões (cerca de R$110 milhões) por quebra de contrato após sua recusa em correr com eles em 2024.
Palou se baseia em Alonso para argumentar sua defesa
O piloto espanhol explicou que nenhum piloto, por mais talentoso que seja, pode vencer sem o carro certo, e citou o caso de Alonso como uma demonstração.
“Se um piloto não tem o equipamento e a melhor equipe ao seu redor, ele não pode vencer corridas”, disse Palou em uma declaração publicada pelo The Race. “Fernando Alonso é bicampeão mundial de F1 e provavelmente um dos melhores pilotos da era moderna. Em 2019, ele tentou se classificar para as 500 milhas de Indianápolis com a McLaren e não conseguiu contra um novato sem experiência anterior. Em 2017, com outra equipe, ele quase venceu. E em 2020, ele terminou em 21º lugar com a McLaren”.
Palou acrescentou que, mesmo com “grandes nomes” ao volante, os resultados da McLaren na Fórmula Indy não foram suficientes para lutar por títulos, e que sua presença também não teria mudado isso: “A McLaren teve pilotos muito bons na Fórmula Indy sem obter resultados para vencer o campeonato. Ela não teria obtido melhores resultados nos próximos anos apenas com a minha entrada.”

Foto de: Steven Tee / Motorsport Images
“Fui levado a acreditar que tinha uma chance real na F1.”
O cerne da disputa está na alegação de Palou de ter sido enganado por Zak Brown, que, de acordo com seu relato, o levou a acreditar que havia uma chance real de uma vaga em tempo integral na Fórmula 1.
“Pensei que Zak fosse sincero, mas agora acho que ele me levou a acreditar que eu tinha uma opção na F1 como tática de negociação para me fazer assinar com a McLaren na IndyCar”, disse Palou em seu depoimento.
O acordo assinado em 2022 incluía testes privados, trabalho em simulador, aparições em treinos livres e o papel de piloto reserva, mas sem uma vaga de titular garantida. Tudo mudou, de acordo com o espanhol, com a chegada de Oscar Piastri à McLaren.
O tuíte de Piastri que mudou tudo
Palou lembrou como o famoso tweet de Piastri em agosto de 2022 – negando que ele correria com a Alpine e confirmando sua mudança para a McLaren – foi o momento em que ele percebeu que seu papel na equipe havia sido reduzido a um mero coadjuvante.
“Vi Oscar Piastri postando mensagens semelhantes às minhas. Um mês depois, a McLaren anunciou que ele seria seu piloto de F1 para 2023. Isso me deixou irritado e preocupado, porque eu não sabia que isso estava acontecendo”, contou.
Palou afirmou que Zak Brown lhe disse que a decisão de contratar Piastri não era dele, mas do então diretor da equipe, Andreas Seidl, e que o desempenho do australiano seria comparado ao seu “para avaliar uma vaga em 2024”.
Brown, acusado de “falsas promessas de glória”
O próprio Zak Brown também compareceu ao tribunal nesta semana, onde foi acusado pelos advogados de Palou de fazer “falsas promessas de glória na F1” e de “enganar” os pilotos. Ele negou ter prometido uma vaga a Palou e defendeu a integridade de sua administração, embora seu testemunho tenha sido questionado pela suposta exclusão de mensagens do WhatsApp relacionadas ao caso.
A opção frustrada com a Red Bull
Entre as revelações mais curiosas do julgamento, Palou admitiu que entrou em contato com Helmut Marko em 2023 para explorar uma possível vaga na F1 com a Red Bull. De acordo com o piloto, Marko estava interessado, mas depois de uma conversa entre o conselheiro austríaco e Zak Brown, a possibilidade fracassou.
“Helmut era o mais aberto para falar sobre meu futuro na F1, mas de repente ele não estava mais interessado. A conversa com Zak não ajudou em nada”, explicou.
A McLaren exige mais de 20 milhões
A McLaren está exigindo uma indenização de mais de 20 milhões de dólares (cerca de R$100 milhões) por perdas de patrocínio, renegociações comerciais e o custo de substituir Palou na IndyCar. A equipe argumenta que o espanhol “já admitiu uma clara quebra de contrato” e que sua decisão de romper o acordo causou “um impacto financeiro e de reputação significativo”.
Brown, em sua declaração, foi direto: “Álex jogou uma granada no tribunal e me deixou para lidar com as consequências na frente dos patrocinadores”.
O julgamento continua em Londres e espera-se que ambos os lados continuem a prestar depoimento na próxima semana.
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