o legado de Osaka no US Open

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Naomi Osaka voltou a chamar atenção no US Open. Mesmo eliminada na semifinal em jogo fantástico contra Amanda Anisimova, a cada jogo ela nos faz lembrar que o esporte vai alem de uma quadra, muito além dos títulos. A tenista japonesa-haitiana tornou-se símbolo de um esporte que precisa dialogar com pautas de direitos humanos: combate ao racismo e proteção da saúde mental.

Em 2020, Osaka parou uma semifinal em Cincinnati para protestar contra a violência policial nos Estados Unidos. Dias depois, no US Open, cada partida era jogada com uma máscara trazendo o nome de uma vítima negra. O gesto de uma atleta em um dos esportes mais tradicionais do mundo escancarou que o racismo não pode ser empurrado para debaixo do tapete.

No ano seguinte, foi a própria Osaka quem expôs sua vulnerabilidade. Ao se recusar a dar entrevistas obrigatórias em Roland Garros para preservar sua saúde mental, recebeu multa e ameaça de desclassificação. Preferiu se retirar do torneio. A punição gerou debate mundial: até onde vão as exigências regulatórias diante do direito fundamental de um atleta cuidar de sua saúde? O esporte precisa compreender que saúde mental é tão relevante quanto a física. Não se trata de privilégio, mas de acomodação razoável, compatível com a dignidade de quem compete.